terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Crianças sem alergia alimentar



Para a garotada que já sofreu uma crise, toda refeição envolve restrições e ameaças. Mas pesquisadores americanos estudam uma estratégia que promete domar as reações exageradas do organismo — e permitir que meninos e meninas comam sem medo

por Mariana Agunzi

Ter reações alérgicas ao beliscar uma porção de camarão ou um punhado de amendoim é desagradável para qualquer um. Imagine, então, o quanto é difícil lidar com o problema quando ele se manifesta nos pequenos em plena fase de crescimento. Estima-se que, no mundo todo, de 6 a 8% dos meninos e meninas com até 3 anos apresentam algum tipo de alergia alimentar. E um em cada 20 bebês não pode, de jeito algum, provar uma mamadeira com leite de vaca. Mas como será que um alimento como esse, essencial ao desenvolvimento, pode se tornar um inimigo?

Sentimos informar: não há uma boa resposta. O que se sabe é o básico, ou seja, que alguns organismos encaram proteínas presentes em comidas específicas como moléculas estranhas. Aí, o sistema imune parte pra cima da suposta ameaça. Desse ataque desmedido surgem o inchaço, a vermelhidão e, em última instância, até o choque anafilático, capaz de matar.

Uma luz no fim do túnel para as crianças alérgicas atende pelo nome de dessensibilização, ou imunoterapia. Trata-se da ingestão constante de pequenas doses do alérgeno - o alimento que provoca a reação -, com o intuito de acostumar o corpo a determinada proteína. "Apesar de promissora, a técnica não é isenta de efeitos indesejáveis e os pais devem estar preparados para isso", admite a alergista Ana Paula Moschione, diretora da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia, em São Paulo.

Com o foco nesses resultados negativos, médicos do Hospital da Criança de Boston e da Universidade de Stanford, ambos nos Estados Unidos, testaram, em conjunto com o procedimento de dessensibilização para o leite de vaca, uma substância chamada omalizumab, que já era utilizada no controle da asma. Por meio desse novo aliado, os pesquisadores conseguiram minimizar as reações nocivas durante o tratamento, levando o organismo infantil a se acostumar mais rapidamente ao líquido branco.

A imunoterapia ainda é recente entre os brasileiros, entretanto já apresenta resultados satisfatórios. Mesmo assim, ela não é para todo mundo - e deve ser realizada com cuidado e acompanhamento médico. "Aplicamos a terapia em casos graves para melhorar a vida da criança que vai a uma festinha, come um brigadeiro e tem um choque anafilático", ressalta Antonio Carlos Pastorino, pediatra do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Até por faltar clareza nos motivos por trás das crises alérgicas, tende-se a culpar a genética. "No entanto, outros fatores podem, no mínimo, predispor reações desse tipo", revela Renata Cocco, especialista em alergia e imunologia clínica pela Universidade Federal de São Paulo.

Algumas hipóteses, como a "teoria da higiene", já foram sondadas como propulsoras da aversão a alimentos específicos. Nesse caso, quem foi exposto a ambientes com mais bactérias fortaleceria suas defesas e, assim, evitaria a chateação de uma alergia. Porém, a tese é vista com desconfiança. "Somos um país em desenvolvimento e com número crescente de crianças alérgicas, fenômeno tão forte aqui como no primeiro mundo. Por isso, essa hipótese não me parece tão plausível", contrapõe Pastorino.
Uma vida sem leite - e sem grandes dramas

Por ser ao mesmo tempo um dos alimentos mais importantes ao crescimento e o campeão nas reações adversas, o leite de vaca deixa os pais de cabelo em pé. Afinal, a bebida está repleta de cálcio, vitamina A e proteínas e, por isso, parece ser impossível manter seu filho bem nutrido sem ela.

Como a alergia ao alimento é mais recorrente em bebês, o primordial é amamentar até os 6 meses de idade. E, se a criança realmente for alérgica, a mãe também deve se cuidar. "Pode acontecer de elementos do que a mãe consome passarem para o leite materno. Logo, ela também deve entrar na dieta", explica a nutricionista Renata Pinotti, da Universidade Metodista de São Paulo. Quando não é possível amamentar, o braço direito dos pequenos são as fórmulas como as hidrolisadas e de aminoácidos. Elas conservam todos os nutrientes da versão original, mas quebram suas proteínas em partículas bem pequenas para que não haja rejeição. Hoje, a Secretaria da Saúde da maioria dos estados disponibiliza esses suplementos - que chegam a custar 200 reais por lata - gratuitamente.

Para os mais crescidos, é necessário lançar mão de outros alimentos. Carnes e peixes para repor proteínas; legumes e frutas alaranjadas, como a cenoura, que auxiliam o organismo a produzir vitamina A; e os isolados de soja enriquecidos com cálcio. Em último caso, a ingestão desse mineral em cápsulas garante a dose necessária por dia.

Importante mesmo é buscar acompanhamento profissional. "O problema é quando os pais restringem todos os alimentos por medo e não fazem a substituição correta. Aí, a criança fica subnutrida", alerta Renata Pinotti. Por isso, ao desconfiar que seu filho está com alergia, procure um médico. Simples exames de sangue e testes cutâneos podem diagnosticar o distúrbio e abrir caminho para uma vida mais saudável, e nem por isso menos saborosa.
Um gole de leite pode causar...

...ALERGIA


Comum nos bebês, ocorre quando o corpo encara a proteína dessa bebida como um elemento estranho e, então, produz anticorpos para combatê-la. Essa batalha provoca sintomas, que podem ser mais leves - como vermelhidão, inchaço e coceira na pele - ou mais temerários, como o choque anafilático.

...INTOLERÂNCIA

É resultante de um defeito enzimático, que impede o intestino de digerir o açúcar do leite, conhecido como lactose. Por causa disso, a criança sofre com cólicas e vômitos. Mas quem tem intolerância pode, sim, ingerir alimentos que contenham produtos lácteos - desde que esses apresentem baixo teor de lactose.

...INTOXICAÇÃO

Em geral está relacionada à contaminação. Ou seja, a criança toma um leite estragado e acaba sendo infestada por bactérias prejudiciais. Vale lembrar que todos estamos sujeitos a esse mal, que provoca o aparecimento de diarréia e regurgitação. Por isso, antes de entornar o copo, confira o prazo de validade na caixinha.


De olho nos rótulos


O único tratamento seguro hoje para a alergia ao leite é restringir o alimento e seus derivados. E os pais devem ficar atentos à embalagem. Afinal, inocentes pacotes de bolachas e bolinhos geralmente contêm doses desse ingrediente e, entre uma mordida e a reação, é questão de segundos. Além disso, a presença de proteínas do leite pode vir mascarada com outros nomes, como caseinato de cálcio, lactalbumina e soro de leite. A ordem é ter atenção na hora da compra.
FONTE: Saúde Abril

Menstruar ou não menstruar?


Sabrina Mascarenhas de Oliveira tem 21 anos e nem sofre muito com a sua menstruação. "Apenas sinto vontade de comer chocolate durante a TPM e sinto um pouco de dor", conta a jovem estudante de administração que reside em Mauá, na Grande São Paulo. Apesar de não experimentar cólicas severas e outras complicações do ciclo menstrual, ela acredita que seria bom acabar com o sangramento mensal. "Isso me ajudaria, mas tenho medo do que possa me acontecer no futuro."

Sabrina não é a única a ponderar sobre o tema. Segundo um estudo realizado pela Universidade Estadual de Campinas, no interior paulista, 32,5% das mulheres gostariam de nunca mais menstruar e 40% sonham com uma simples trégua, ficando mais de um mês sem sangrar. "Essa não é uma tendência exatamente nova, mas agora a mulher se sente com mais liberdade de escolha", diz a psiquiatra Carmita Abdo, que é coordenadora do Instituto ProSex, do Hospital das Clínicas de São Paulo.

O assunto rende debates entre amigas e gera opiniões diferentes entre os próprios médicos. "Há dez anos, eu diria que suprimir a menstruação era ir contra um processo natural. Hoje, porém, os métodos estão bem mais seguros", afirma o ginecologista César Eduardo Fernandes, presidente da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo.

Afinal, menstruar pra quê?


A gente conhece esta história: todos os meses, o corpo da mulher se prepara para engravidar e, quando isso não acontece, o óvulo amadurecido é liberado junto com parte do endométrio, a parede uterina. Isso é um sinal de que o organismo feminino está saudável e que os hormônios estão cumprindo direito o seu papel. Ponto.

Para interromper o ciclo, os especialistas indicam anticoncepcionais já conhecidos. "A diferença é que a mulher continua utilizando o método sem os intervalos geralmente recomendados", explica o ginecologista Jarbas Magalhães, secretário da Comissão Nacional de Anticoncepção da Federação Brasileira de Associações de Ginecologia e Obstetrícia.

A maioria desses contraceptivos age de forma semelhante: trata-se de moléculas artificiais que agem como o estrogênio e o progestagênio, dois hormônios produzidos durante o ciclo menstrual. Ao simular essas duas substâncias, o remédio encena a fecundação que não ocorre. "O sangramento que as mulheres têm no intervalo da pílula é fruto apenas da falta do hormônio, e não uma menstruação legítima", esclarece a ginecologista Lucila Pires Evangelista, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.

Existem várias alternativas para deixar de menstruar (veja o quadro na próxima página), mas alguns médicos são contra qualquer uma delas em mulheres jovens e saudáveis. "Embora esses hormônios pareçam seguros, ainda não conhecemos os efeitos no corpo a longo prazo", argumenta o ginecologista Flávio Zucchi, do Hospital Santa Catarina, em São Paulo.

A turma de jaleco só concorda em um ponto: para algumas mulheres, parar de menstruar é essencial. "Indico para pacientes que sofrem com cólicas muito intensas e endometriose, quando o tecido que reveste o útero cresce demais", completa Zucchi.

Sem o sangramento periódico, a tensão pré-menstrual, a famosa TPM, é outra chateação que dá adeus — pelo menos temporariamente. "Em alguns casos graves, em que a sensibilidade fica muito exacerbada, a supressão da menstruação pode ser mais uma arma contra a TPM, mas não podemos fazer dela o único recurso possível", opina o psiquiatra Alexandre Saadeh, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

Antes de tomar qualquer decisão, o mais importante é conversar com seu ginecologista. "É preciso avaliar o seu histórico e realizar uma bateria de exames, como o ultrassom transvaginal", recomenda o ginecologista Waldemir Rezende, do Hospital Santa Catarina. A supressão é — ou deveria ser — descartada para obesas, hipertensas e diabéticas descompensadas.

Depois de iniciado o tratamento, é importante ficar de olho no comportamento do organismo. "Até mesmo bons médicos se equivocam na escolha do método, e só o acompanhamento vai revelar se a opção foi certeira", diz César Eduardo Fernandes.

E a fertilidade?

Os efeitos de todos os anticoncepcionais são reversíveis. "Geralmente, indicamos que a paciente deixe de usar esses métodos três meses antes da fase em que deseja engravidar para que o útero, que estava descansando, se prepare para a gestação", explica Flávio Zucchi. Esse período de recuperação do sistema reprodutor varia de acordo com o tempo de ação de cada contraceptivo, que pode chegar a até 18 meses, no caso da injeção trimestral. Para Renate Michel, professora de psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, em Curitiba, a decisão de menstruar ou não precisa ser algo muito refletido. "A mulher deve se perguntar o real motivo desse desejo e decidir de maneira consciente", finaliza Renate.

Qual metódo posso usar

Saiba mais sobre seis anticoncepcionais utilizados para brecar a menstruação e se eles realmente funcionam

> Adesivo
Não impede a menstruação, exceto quando a mulher não segue o período de uma semana de descanso.
Anel vaginal
É inserido pela própria mulher e dura 21 dias. Até três anéis consecutivos podem ser usados, resultando num período de 60 dias sem menstruar.

> Injeção
Dura três meses, e 60% das mulheres que a utilizam não menstruam nesse período. Pode causar retenção de líquidos.

> Implante
Trata-se de uma espécie de bastonete recheado de hormônios e que é inserido no braço. Tem validade de três anos, mas pode causar sangramentos indesejados.

> Diu hormonal
O dispositivo intrauterino libera uma pequena dose hormonal todos os dias por cinco anos. Não impede a menstruação, mas diminui muito o fluxo.

> Pílula
Para não menstruar, deve ser tomada sem o intervalo habitual e com alterações na carga dos hormônios.
 
FONTE: Saúde Abril

Tecnologias de Informação (TI) nas organizações



A introdução de SI/TI numa organização irá provocar um conjunto de alterações, nomeadamente ao nível das relações da organização com o meio envolvente (analisado em termos de eficácia) e ao nível de impactos internos na organização (analisados através da eficiência).
Repercussão positiva
As TI são um recurso valioso e provocam repercussões em todos os níveis da estrutura organizacional: – ao nível estratégico, quando uma ação é susceptível de aumentar a coerência entre a organização e o meio envolvente, que por sua vez se traduz num aumento de eficácia em termos de cumprimento da missão organizacional; – aos níveis operacional e administrativo, quando existem efeitos endógenos, traduzidos em aumento da eficiência organizacional em termos de opções estratégicas. No entanto, ao ser feita esta distinção, não significa que ela seja estanque, independente, pois existem impactes simultâneos aos vários níveis: estratégico, operacional e táctico.
    Repercussão positiva
    As TI são um recurso valioso e provocam repercussões em todos os níveis da estrutura organizacional: – ao nível estratégico, quando uma ação é susceptível de aumentar a coerência entre a organização e o meio envolvente, que por sua vez se traduz num aumento de eficácia em termos de cumprimento da missão organizacional;  aos níveis operacional e administrativo, quando existem efeitos endógenos, traduzidos em aumento da eficiência organizacional em termos de opções estratégicas. No entanto, ao ser feita esta distinção, não significa que ela seja estanque, independente, pois existem impactes simultâneos aos vários níveis: estratégico, operacional e táctico.

    Assim, temos que os SI permitem às organizações a oferta de produtos a preços mais baixos que, aliados a um bom serviço e à boa relação com os clientes, resultam numa vantagem competitiva adicional, através de elementos de valor acrescentado cujo efeito será a fidelidade dos clientes.
    A utilização de SI pode provocar, também, alterações nas condições competitivas de determinado mercado, em termos de alteração do equilíbrio dentro do sector de atividade, dissuasão e criação de barreiras à entrada de novos concorrentes. Os SI/TI permitem, ainda, desenvolver novos produtos/serviços aos clientes ou diferenciar os já existentes dos da concorrência e que atraem o cliente de forma preferencial em relação à concorrência.
    Agilidade
    A utilização de alta tecnologia vai permitir uma relação mais estreita e permanente entre empresa e fornecedores, na medida em que qualquer pedido/sugestão da parte da empresa é possível ser atendido/testado pelos fornecedores. A tecnologia permitiu uma modificação na maneira de pensar e de agir dos produtores e consumidores.
    As Tecnologias de Informação têm reconhecidamente impactos ao nível interno das organizações: na estrutura orgânica e no papel de enquadramento/coordenação na organização; a nível psico-sociológico e das relações pessoais; no subsistema de objetivos e valores das pessoas que trabalham nas organizações; bem como no subsistema tecnológico.
    Benefícios
    Os maiores benefícios aparecem quando as estratégias organizacionais, as estruturas e os processos são alterados conjuntamente com os investimentos em TI. As TI’s permitem assim, ultrapassar todo um conjunto de barreiras na medida em que existe uma nova maneira de pensar, pois em tempo real é possível às empresas agir e reagir rapidamente aos clientes, mercados e concorrência.
    Tecnologia da Informação e seu impacto na segurança
    empresarial
    A Tecnologia da informação segue em avanço constante, mas ao mesmo tempo sua gestão no quesito segurança não acompanha o mesmo ritmo as políticas de segurança e sua gestão não estão ainda em um patamar que pode ser considerado eficiente, com tantos recursos disponíveis e possibilidade quase ilimitadas os gestores esquecem que agora sua empresa possui mais uma porta para o mundo, porta esta que se aberta pode dar a um individuo valiosas informações sobre sua organização.
    Temos então um caso onde a tecnologia da informação se torna um risco devido a problemas de gerenciamento, é importante ressaltar os problemas que a tecnologia traz para as empresas alem de seus benefícios, pois segurança também gera custos, e quando lidamos com alta tecnologia os investimentos nunca são pequenos nesta área.

    Auge e declínio do regime do Apartheid sul-africano

    apartheid foi estabelecido oficialmente na África do Sul em 1948 pelo Nationalist Party (Partido dos Nacionalistas) que ascendeu ao poder e bloqueou a política integracionista que vinha sendo praticada pelo governo central.

    Nationalist Party representava os interesses das elites brancas, especificamente da minoria boere. Após 1948, o sistema de segregação racial atingiu o auge. Foram abolidos definitivamente alguns direitos políticos e sociais que ainda existiam em algumas províncias sul-africanas.

    As diferenças raciais foram juridicamente codificadas de modo a classificar a população de acordo com o grupo social a que pertenciam. A segregação assumiu enorme extensão permeando todos os espaços e relações sociais. Os casamentos entre brancos e negros foram proibidos.

    Os negros não podiam ocupar o mesmo transporte coletivo usado pelos brancos, não podiam residir no mesmo bairro e nem realizar o mesmo trabalho, entre outras restrições. Os brancos passaram a controlar cerca de 87% do território do país, o que sobrava se compunha de territórios independentes, mas paupérrimos, deixados aos grupos sociais não-brancos.

    Declínio do apartheid

    apartheid é o único caso histórico de um sistema onde a segregação racial assumiu uma dimensão institucional. Essa situação permite definir o governo sul-africano como uma ditadura da raça branca.

    Na década de 1970, o governo da África do Sul tentou em vão encontrar fórmulas que pudessem assegurar certa legitimidade internacional. Porém, tanto a ONU (Organização das Nações Unidas) como a Organização da Unidade Africana, votaram inúmeras resoluções condenando o regime.

    No transcurso dos anos 70, a África do Sul presenciou inúmeras e violentas revoltas sociais promovidas pela maioria negra, mas duramente reprimidas pela elite branca. Sob o governo de linha dura, liderado por Peter. W. Botha (1985-1988), tentou-se eliminar os opositores brancos ao governo e as revoltas raciais foram duramente reprimidas. 

    Porém, as revoltas sociais se intensificaram bem como as pressões internacionais. Em 1989, Frederic. W. de Klerk, assumiu a presidência. Em 1990, o novo presidente conduz o regime sul-africano a uma mudança que põe fim ao apartheid. Neste mesmo ano, o líder negro Nelson Mandela, que desde 1964 cumpria pena de prisão perpétua, é posto em liberdade. Nas primeiras eleições livres, ocorridas em 1993, Mandela é eleito presidente da África do Sul e governa de 1994 a 1999.




    Origem histórica da segregação racial na África do Sul


    O termo apartheid significa "separação" ou "identidade separada". Serviu para designar o regime político da África do Sul que, durante décadas, impôs a dominação da minoria branca (ou aristocracia branca) sobre grupos pertencentes a outras etnias, compostos em sua maioria por negros.

    apartheid não deve ser interpretado como simples "racismo", pois ele foi um sistema constitucional de segregação racial que abrangeu as esferas social, econômica e política da nação sul-africana estabelecendo critérios para diferenciar os grupos.

    A origem histórica do apartheid é bem antiga e remonta ao período da colonização da África do Sul. Os primeiros colonizadores bôeres (também denominados de afrikaner) compunham-se de grupos sociais europeus que vieram da Holanda, França e Alemanha e se estabeleceram no país nos séculos 17 e 18.

    Ideologia nacionalista

    Esses colonizadores dizimaram as populações autóctones (grupos tribais indígenas) e tomaram suas terras. Os líderes afrikaners manipularam e converteram um preceito religioso cristão, que a princípio estabelecia a segregação como uma forma de defender e preservar as populações tribais da influência dos brancos, em uma ideologia nacionalista que pregava a desigualdade e separação racial.

    Os afrikaners se consideravam a verdadeira e autêntica nação (ou volk, que em alemão significa povo). A cor e as características raciais determinaram o domínio da população branca sobre os demais grupos sociais e a imposição de uma estrutura de classe baseada no trabalho escravo.

    Política racial

    Nas regiões dominadas por eles estabeleceu-se uma política racial que diferenciou os europeus (população branca) dos africanos (que incluía todos os nativos não-brancos, também conhecidos por bantus). Até mesmo aqueles grupos sociais compostos por imigrantes asiáticos, em particular indianos, sofreram com a política de discriminação racial. 

    Seria engano supor que a expansão do domínio dos afrikaners sobre a população não-branca da África do Sul foi um processo livre de conflitos. Pelo contrário, houve muitas guerras com as populações tribais que ofereceram resistência aos brancos, entre elas as tribos xhosa, zulu e shoto.

    No início do século 20, a África do Sul atravessou um intenso processo de modernização que intensificou os conflitos entre brancos e não-brancos. Não obstante, a minoria branca soube explorar os conflitos intertribais que afloravam entre os diferentes grupos étnicos e isso de certo modo facilitou a avanço e domínio dos afrikaners


    Dos linacs ao superacelerador



    Existem, no que se refere à forma, dois tipos de aceleradores: lineares ecirculares.

    Nos aceleradores lineares, também chamados de linacs, o feixe de partículas praticamente percorre uma trajetória retilínea de uma extremidade a outra do acelerador.

    Já nos aceleradores circulares, também chamados de cíclotrons, o feixe de partículas percorre trajetórias circulares por várias vezes antes de colidir com o alvo. Em cada volta, as partículas são mais aceleradas, devido à presença de campos elétricos que dão novos impulsos às partículas. Nesse caso, ímãs gigantes são utilizados para manter o feixe de partículas em sua trajetória circular. 

    É importante lembrar que partículas carregadas em movimento estão associadas a um campo magnético ao seu redor e se tornam um ímã. Outros ímãs gigantes, estrategicamente colocados ao longo do acelerador circular, interagem com o campo das partículas carregadas, alterando sua trajetória. 

    Esses ímãs gigantes representam a força constante em direção ao centro do círculo, força essa que mantém o feixe de partículas em trajetória circular, sem aumentar ou diminuir a energia das partículas que compõem o feixe.

    Nos aceleradores de partículas cria-se uma situação de vácuo de alta precisão, para evitar que as partículas carregadas colidam com outros tipos de partículas ou pedaços de matéria. 

    Comparações

    Comparando-se os dois tipos de aceleradores, temos que os circulares são bem mais eficientes, pois, a cada volta, as partículas recebem novos impulsos, aumentando a sua energia, o que permite que os pesquisadores consigam partículas com energias altíssimas antes das colisões. 

    Outra vantagem dos aceleradores circulares é a de que não precisam ser muito compridos para atingir as altas energias, já que o feixe de partículas dá várias voltas. Esse número de voltas também aumenta a chance de colisões entre partículas que se cruzam.

    Com relação aos aceleradores lineares, são bem mais fáceis de construir, pois não necessitam de ímãs potentes para manter a trajetória circular (como no caso dos aceleradores circulares) do feixe de partículas, já que elas percorrerão uma trajetória retilínea. 

    Os aceleradores circulares também precisam de um grande raio para que as partículas atinjam as energias necessárias, o que torna seu custo bem maior do que o de um linear. 

    Outro aspecto importante considerado pelos pesquisadores é que partículas carregadas irradiam energia quando aceleradas - e quando trabalhamos com altas energias a radiação perdida é maior para acelerações circulares.

    Esses são alguns aspectos importantes, que devem ser considerados por pesquisadores e financiadores de pesquisas antes da construção de um acelerador de partículas.

    Primeiro acelerador

    Podemos dizer que o predecessor dos aceleradores circulares foi o cíclotron construído, em 1929, por Ernest Lawrence, ganhador do prêmio Nobel em 1939. No cíclotron temos uma geometria circular dividida ao meio, onde prótons são injetados em sua parte central e, graças à mudança de polaridade do campo elétrico existente entre as duas metades, são acelerados e vão percorrendo órbitas maiores até deixarem o acelerador. 

    As órbitas circulares são possíveis graças à presença de um campo magnético uniforme, disposto perpendicularmente à base. Aqui energias da ordem de 106eV (1 Gev) são atingidas.

    Esses princípios básicos foram de extrema importância para o desenvolvimento dos aceleradores circulares.

    Superacelerador

    O ano de 2008 representa um grande avanço na área da física de partículas, pois marca o início das pesquisas com um superacelerador de partículas que representa o maior empreendimento científico e tecnológico da atualidade. 

    Denominado LHC (Large Hadron Collider - Grande Colisor de Hádrons), com 27 km de circunferência, construído a 100 metros de profundidade e atingindo áreas da França e da Suíça, esse acelerador fará partículas nucleares (prótons, que são hádrons formados por dois quarks up e um down - uud) se chocarem com altíssimas energias.

    Durante as colisões são esperadas energias em torno de TeV (trilhões de elétrons - volt). Comparem com a energia obtida com o cíclotron de Ernest Lawrence e vejam o avanço obtido! 

    O LHC está abrigado no CERN (Conseil Européen pour La Recherche Nucléaire - Conselho Europeu para Pesquisas Nucleares), hoje denominado European Laboratory for Particle Physics - Laboratório Europeu para Física de Partículas. 



    FONTE: educação uol

    Por que a água é importante para os seres vivos?



    Todos os seres vivos que habitam o planeta Terra são formados por células. Estas, por sua vez, possuem organelas, partículas que mantêm as células vivas utilizando inúmeros tipos de substâncias. Uma dessas substâncias é a água.

    Nosso planeta é o único no Sistema Solar a apresentar 71% de sua superfície coberta por água. Essa substância é a mais abundante na constituição da maioria dos seres vivos, podendo ser encontrada em porcentagens que variam de 70% a 95%.

    Capacidade de dissolução


    Em termos moleculares, a água é constituída de um átomo de oxigênio e dois átomos de hidrogênio - e sua fórmula molecular é simbolizada por H2O. Usualmente, a água é chamada de "solvente universal", pois é capaz de dissolver uma grande variedade de substâncias químicas que constituem as células vivas, tais como sais minerais, proteínas, carboidratos, gases, ácidos nucléicos e aminoácidos.

    Essa capacidade de dissolução da água está diretamente ligada à sua polaridade, já que em uma molécula de água há um pólo positivo e um pólo negativo. A maioria das substâncias que compõem as células vivas também é polar. Portanto, essas substâncias possuem uma boa afinidade química com a água, sendo então denominadas hidrofílicas (do grego, hydro = água; e phylos=amigo).

    Do ponto de vista químico, dissolver uma substância é separar seus átomos por meio de um solvente de propriedades semelhantes, para que eles possam ser utilizados pelas células vivas.

    Por exemplo, quando ingerimos sal de cozinha (NaCl), a água que está em nosso organismo separa o Sódio (Na) do Cloro (Cl), formando íons que podem ser aproveitados por nossas células em atividades celulares.

    Se as moléculas de água não ativassem esse processo, jamais poderíamos utilizar tais átomos sob a forma de cristais de sal, como os conhecemos. Portanto, a água e o sal de cozinha passam a constituir uma solução aquosa, na qual a água atua como solvente - e o sal, como soluto.

    No interior das células encontramos outro exemplo dessa relação solvente-soluto: o citosol. Nesse caso, a água é o solvente - e os aminoácidos, proteínas e carboidratos, o soluto. Juntos, formam uma solução aquosa. O sangue é também, em parte, uma solução aquosa formada por água e uma gama enorme de solutos (glicose, íons de sais minerais, gases respiratórios, etc.).

    Quebra de proteínas e carboidratos


    A água também pode ser encontrada reservada em tecidos vivos. Em alguns vegetais superiores, que vivem em ambientes áridos, a água é armazenada nas folhas, raízes e caules para manutenção do metabolismo do vegetal. Em nosso organismo encontramos água armazenada em nossos músculos e ossos, sendo que ela é utilizada em atividades celulares como a quebra de proteínas e carboidratos.

    Nos animais, a tensão superficial que as moléculas de água formam sobre os alvéolos pulmonares e nas brânquias dos peixes permite que ocorram trocas gasosas e a consequente sobrevivência dos tecidos.

    Existem substâncias que, ao contrário das polares, não possuem cargas elétricas como a água. Essas substâncias são denominadas apolares.

    Gorduras e outras substâncias possuem essa propriedade, não desenvolvendo uma boa afinidade química com a água, sendo então denominadas hidrofóbicas (do grego, hydros = água; fobos = medo, aversão). Essas substâncias, quando em contato com água, formam misturas heterogêneas, como, por exemplo, o óleo de soja e a água.

    Hidrólises e síntese por desidratação


    Além das aplicações descritas até agora, a água é utilizada em reações químicas no interior das células de organismos vivos. Nas hidrólises, a molécula de água é quebrada e seus átomos de hidrogênio e oxigênio são adicionados a outras substâncias. As reações de digestão de proteínas que ocorrem em nosso tubo digestório são hidrólises sucessivas.

    Existem também reações de síntese por desidratação, nas quais as moléculas de água são formadas a partir da união de outras moléculas. Esse tipo de reação ocorre no citosol das células glandulares da parede interna do estômago, quando são formadas enzimas digestórias para a degradação dos alimentos ingeridos por nós.

    Como vimos, a água é um solvente universal, participa de reações químicas e atua na absorção de nutrientes, sendo, portanto, considerada uma substância multifuncional. Nossa atuação, enquanto seres vivos, é decisiva e fundamental no que diz respeito ao destino e ao uso da água. E, consequentemente, da vida no planeta Terra.
    *Rodrigo Luís Rahal é bacharel e licenciado em biologia, mestre em Biologia Celular e Estrutural pela UNICAMP e professor do curso de Ciências Biológicas do Centro Universitário São Camilo, em São Paulo.
    FONTE:Educação Uol

    segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

    Interdisciplinaridade necessária




    O tema costuma gerar debate acalorado, o que indica que deva existir alguma relação entre neurociência e psicanálise. Entretanto, parece que estamos falando da mesma coisa em línguas diferentes, e sem dicionário. Pior: pode ser que este dicionário não possa ser criado, por causa do que os especialistas em teoria do conhecimento chamam de fosso epistêmico, o que se manifesta na grande distância a separar ainda as duas áreas.
    Isto ocorre porque as duas disciplinas adotam perspectivas diferentes. Por um lado, a neurociência utiliza o método das ciências naturais, baseado em observação sistemática, experimentação e formulação de hipóteses empiricamente verificáveis. Assim, gera explicações objetivas de natureza pública. Já a psicanálise, baseia-se na vivência subjetiva, procurando compreender o significado dos conteúdos mentais.
    Seria possível transpor esse fosso epistêmico? Acredito que vale a pena tentar. O grande desafio intelectual de nossa época é o de vencer a fragmentação da cultura, integrando conhecimentos de diferentes disciplinas no que se costuma chamar de interdisciplinaridade. 

    Este dualismo de aspecto teve origem na filosofia do pensador holandês Baruch Espinosa (1632-1677). Simplificando: o universo é constituído de uma única substância, que vista de fora se apresenta como matéria e por dentro como mente. Neste sentido, uma noção interessante é a da complementaridade, segundo a qual o conhecimento objetivo e o subjetivo seriam duas perspectivas sobre a mesma realidade – vista “de fora”, no primeiro caso; “por dentro”, no segundo.

    Vias convergentes


    No caso em questão podemos constatar que a psicanálise gerou conceitos sobre a vida psíquica e o comportamento que produziram grande impacto social e cultural. Alguns deles podem ser – e, na verdade, estão sendo – examinados pela neurociência.
    Tomando como exemplo a área agora compreendida como transtornos de ansiedade, que ocupou boa parte da atenção de Sigmund Freud, constatamos que seu arguto senso de observação clínica levou-o a distinguir a ansiedade crônica, atualmente denominada transtorno de ansiedade generalizada, dos ataques de ansiedade, condição atualmente denominada transtorno de pânico.
    Tal distinção foi validada farmacologicamente no início dos anos 1960 pelo psicofarmacologista norte-americano Donald Klein, dando origem à moderna classificação dos transtornos de ansiedade.
    Já a explicação freudiana da distinção entre pânico e ansiedade em termos de canalização da libido (pulsão sexual) não tem tido ressonância na análise neurobiológica. Esta, ao invés, aponta para disfunções dos sistemas neurais que organizam estratégias de defesa contra diferentes tipos de ameaça, e não daqueles que regem o comportamento sexual.
    Outro exemplo: a psicanálise revelou que experiências precoces em fases críticas do desenvolvimento podem ter consequências tardias na vida adulta. Em consonância, experimentos em animais de laboratório têm mostrado que o estresse na infância pode alterar a forma como os adultos enfrentarão desafios.
    Recentemente, o grupo de pesquisa liderado pelo neurobiologista Luiz Carlos Schenberg, na Universidade Federal do Espírito Santo, mostrou que a separação diária da mãe por algumas horas durante a lactação causa, na idade adulta do rato, excitabilidade aumentada de uma estrutura cerebral que rege a defesa a perigos iminentes e que, provavelmente, desencadeia o ataque de pânico.
    Este dado correlaciona-se com achados epidemiológicos mostrando que experiências de separação social, sobretudo a materna, aumentam a vulnerabilidade a ataques de pânico em pacientes.
    No campo da cognição, experimentos com neuroimagem funcional em voluntários sadios, realizados na Escócia pelo psicólogo Michael C. Anderson, da Universidade de St. Andrews, mostram que as estruturas cerebrais ativadas quando a pessoa se esforça para afastar da consciência lembranças de experiências desagradáveis diferem das que são ativadas pelo mascaramento involuntário do mesmo tipo de memória.
    Esta distinção corresponde, aproximadamente, à diferença entre supressão (processo consciente) e repressão (processo inconsciente), que são mecanismos de defesa do ego identificados pela psicanálise.
    Este tipo de pesquisa mostra que a interdisciplinaridade não só é possível, como permite uma visão mais abrangente e aprofundada dos processos psicológicos. 

    Quanto à psicanálise, ainda é cedo para fazer um balanço final, porém podemos dizer que muitas de suas concepções são compatíveis com os conhecimentos que a neurociência vem obtendo, enquanto outras ainda não encontram correlação, ou não foram exploradas.

    Não sei dizer se o conhecimento interdisciplinar poderá influir na prática analítica. Porém, para outros tipos de psicoterapia, como a cognitivo-comportamental, há fundada esperança de que o conhecimento das redes neurais envolvidas nos diferentes transtornos psiquiátricos e o entendimento das mudanças induzidas pela psicoterapia no funcionamento cerebral poderão orientar a prática clínica no futuro.
     
    FONTE: Ciência Hoje