CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
BLOG USADO POR ALUNOS E EPROFESSORES DE CIÊNCIAS DA NATUREZA DO CURSO NORMAL DO CEWB/JAGUARARI-BA
quarta-feira, 23 de janeiro de 2013
O que fazer com os resíduos?
Mestre e referência para os médicos gaúchos, Mário Rigatto foi também profético ao prever, nos anos 70, que a tendência da medicina para o futuro seria o "calote na natureza", quer dizer, comer e não engordar, ter corpo definido sem fazer exercícios etc. Mesmo ocorrendo casos com consequências trágicas, como as mortes por complicações da lipoaspiração, isso não tem inibido a imensa procura por esses procedimentos, o que sinaliza um comportamento social persistente. Por trás dessa postura, supõe-se presente a confiança na tecnologia a ponto de que o risco de acidentes (por embolia gordurosa) é interpretado como "probabilidade estatística", em que índices de erro, percentualmente, não assustam tanto.
Da mesma forma que assumimos riscos individuais em função de expectativas de autoestima, tendemos também a negligenciar riscos à saúde coletiva dos quais somos alertados, há décadas, por sanitaristas, em relação à qualidade do ar e da água, partes de um mesmo ciclo. Assim como não há tecnologia, no mundo, capaz de impedir a ocorrência de infecção hospitalar ? causada pela inevitável resistência dos microorganismos a toda a gama de medicamentos de largo uso ?, já sabemos também que não há, hoje em dia, condições técnicas de preservar a qualidade do ambiente exposto ao somatório de dejetos químicos e biológicos lançados em terra, ar e água continuamente. Pesquisas sobre contaminação das águas (Águas Doces no Brasil, por A. Rebouças, B. Braga e J. Tundisi) revelam a existência de substâncias capazes de induzir efeitos carcinogênicos, mutagênicos e teratogênicos, ou seja, com riscos à nossa saúde e à das futuras gerações.
Ciência e tecnologia têm nos ajudado em nível individual, identificando substâncias úteis à saúde (como a uva contra o colesterol e chuchu contra a hipertensão), mas estamos perdendo o controle sobre as condições mais básicas de saúde pública que são o que fazer com o lixo, com os esgotos, com os poluentes químicos. Na Região Metropolitana (onde vive 40% da população do Estado), na bacia do Guaíba (incluindo a do Sinos e a do Gravataí), se a vida está difícil para os peixes, os seres humanos são os próximos a serem afetados.
Não há mágica, nem qualquer recurso científico capaz de restituir às condições propícias originais a terra, o ar e a água afetados pelos somatórios de acúmulos de resíduos do nosso atual padrão de consumo ? para os quais quem se dispôs a calcular revelou que seriam necessários quatro planetas, nas condições de uso atuais. Mais racional será redirecionarmos nossas pesquisas e investimentos para "tecnologias limpas" e prevenir ao invés de remediar males previsíveis à saúde pública. Por tudo isso, quando se classificam como "utopias" os apelos à preservação e ao uso racional dos recursos naturais, há que se esclarecer que fantasioso, de fato, é imaginar que possamos usufruir de todos os prazeres ao sabor dos nossos recursos tecnológicos, indiscriminadamente, como se tivéssemos não só quatro planetas, mas também quatro fígados, oito rins e oito pulmões.
FONTE: Luz da Serra
terça-feira, 20 de março de 2012
A construção do conhecimento físico
A ciência é uma maneira de entender o mundo a nossa volta. Contudo, não é a única. As religiões, as artes, a filosofia, entre outras, são alternativas que também constroem uma visão específica sobre a natureza e de como o ser humano está inserido nela. Mas elas são muito diferentes da ciência.
A característica principal do pensamento científico é que as suas afirmativas, proposições e teorias não são absolutas, mas sempre relativas. Os modelos científicos devem sempre ser confirmados, seja por experimentos ou observações que deem sustentação aos postulados e às ideias dos cientistas.
Além disso, as teorias físicas são válidas também ao longo do tempo. Ao observar as galáxias que estão muito distantes, há milhões de anos-luz (um ano-luz corresponde à distância que um raio de luz percorre durante um ano e equivale aproximadamente a 10 trilhões de quilômetros), não as vemos como elas estão nesse exato momento, mas sim como eram quando a luz partiu delas e viajou por milhões de anos, até chegar a nós.Dentre os diversos ramos da ciência, a física, com a sua visão peculiar, é a que entende os fenômenos físicos na sua forma mais fundamental. As suas teorias são capazes de explicar situações que vão da escala atômica até o universo como um todo.
Quando observamos o céu, estamos olhando para o passado. Ao analisar o espectro eletromagnético das estrelas de uma galáxia, identificamos os elementos químicos da mesma maneira que o fazemos aqui na Terra. Os resultados mostram que as leis físicas funcionam da mesma forma aqui e lá. De fato, os modelos físicos, até agora, funcionam da mesma maneira em qualquer lugar no espaço e no tempo.
Grandes rupturas
Os avanços das ideias ocorrem continuamente na física. A cada semana, milhares de artigos são publicados nas revistas científicas, apresentando novos resultados experimentais e modelos teóricos para explicar fenômenos físicos ou ainda propondo novos que não foram descobertos ou observados. Cabe aos físicos, muitas vezes, imaginar uma forma de comprovar ou refutar as teorias propostas.
Entretanto, em determinados momentos, surgem descobertas ou aparecem novas ideias que podem revolucionar a física. Segundo o filósofo da ciência estadunidense Thomas Kuhn (1922-1996), uma revolução científica acontece quando existe uma mudança de paradigma, ou seja, um determinado modelo ou conjunto de teorias se mostra esgotado para explicar novos resultados.
Uma dessas revoluções aconteceu no começo do século passado, quando o físico Albert Einstein (1879-1955) apresentou a sua teoria da relatividade. Essa teoria, já discutida em outras ocasiões nesta coluna, apresentou uma maneira diferente de entender os fenômenos físicos.
Na época, Einstein estava preocupado com a incompatibilidade que existia entre a chamada mecânica clássica, que foi desenvolvida primeiramente por Isaac Newton (1642-1727), e a teoria eletromagnética, consolidada pelo físico escocês James Clerk Maxwell (1831-1879).
A primeira descreve os movimentos dos corpos. A segunda explica o comportamento dos campos elétricos e magnéticos, mostrando que a luz é uma manifestação desses campos. Contudo, a abordagem das duas teorias simultaneamente se mostrava incompatível, embora os resultados experimentais da época confirmavam as previsões de ambas.
Einstein propôs, então, uma mudança de modelo, ou seja, introduziu novas ideias que permitiram remover as incompatibilidades existentes entre as duas teorias. Ele propôs que as leis físicas são válidas para todos os referenciais inerciais (referenciais que estão em repouso ou se movimentando com velocidade constante) e que a velocidade da luz é constante, independente do referencial do observador.
A teoria da relatividade foi tão bem-sucedida que milhares de experimentos verificaram as suas previsões. Mesmo os resultados recentes do experimento Opera (comentando em outra coluna), que supostamente detectaram neutrinos viajando mais rápido que a luz, foram contestados devido a possíveis falhas nos equipamentos.Em consequência desses dois postulados, os conceitos de espaço e tempo tiveram que ser alterados e estabeleceu-se uma velocidade limite para o universo: a velocidade da luz.
No entanto, mesmo se os resultados forem de fato confirmados, os postulados de Einstein não serão completamente descartados, mas deverão, sim, ser modificados, da mesma forma que o físico modificou os postulados da mecânica clássica.
Entre validações e refutações
Atualmente, muitos estudos estão sendo realizados para testar os limites das teorias correntes. Entre eles destacam-se os experimentos que vêm ocorrendo no Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês), construído com o objetivo de encontrar partículas fundamentais da matéria que somente podem ser observadas em condições muito extremas – de altas densidades de energia.
O grande objetivo do LHC é encontrar o famoso bóson de Higgs. Essa partícula, prevista teoricamente na década de 1960 pelo físico britânico Peter Higgs, ainda não tem confirmação experimental. A sua descoberta validaria por completo o chamado Modelo Padrão, que explica o comportamento das partículas subatômicas.
A detecção do bóson de Higgs comprovaria a existência de um campo invisível que, de acordo com o Modelo Padrão, estaria presente em todo o espaço. O campo de Higgs explicaria a forma como a matéria obteve massa após o Big Bang. Explicando de onde vem a massa de todas as partículas, poderemos finalmente compreender o porquê da existência das estruturas do nosso universo, das estrelas, dos planetas e dos seres vivos.
Mais recentemente, cientistas do FermiLab, o laboratório de física de altas energias mais importante dos Estados Unidos, relataram a observação de resultados que seriam indicação da presença da misteriosa partícula, mas eles ainda não são definitivos e necessitam de confirmação.
Por mais atraente e charmosa que essa ideia possa ser, se os experimentos mostrarem que tal partícula não existe, o Modelo Padrão deverá ser reformulado. Uma nova teoria terá que surgir. E essa nova teoria deverá abranger todos os resultados que o atual Modelo Padrão explica, como as interações fundamentais entre as partículas elementares.
Esse processo de validação e refutação de teorias é que garante que a física, e a ciência em geral, avance. Diferentemente de outras formas de conhecimento, como a religião, em ciência, nenhuma verdade é absoluta ou definitiva; todas são relativas e podem sempre ser revistas.
Einstein, que é o aniversariante da semana, ficaria certamente feliz com os resultados que ainda confirmam e validam suas ideias. Mas também, muito provavelmente, ficaria excitado com um novo desafio a enfrentar.
Entre a biologia e a cultura
“Somos o que comemos”, diz o famoso aforismo proferido pelo filósofo alemão Ludwig Feuerbach (1804-1872). No entanto, se considerarmos os aspectos biopsicossociais e culturais relacionados à alimentação, é possível afirmar que “comemos o que somos”. Isso porque nos alimentamos não só do que nossos organismos necessitam, mas também (e principalmente) do que nos proporciona prazer, do que é financeiramente acessível e do que é permitido pela cultura em que nos inserimos.
Cientes de que os alimentos, além de nutrir, significam e comunicam, os antropólogos Jesús Contreras, da Universidade de Barcelona, e Mabel Gracia, da Universidade Rovira e Virgili, ambas na Espanha, lançaram, em 2005, o livro Alimentação, sociedade e cultura, agora publicado no Brasil pela Editora Fiocruz. Nele, os autores apresentam algumas contribuições de sua área de pesquisa – a antropologia social – para melhor compreender o fenômeno alimentar. Analisam os condicionamentos e a variabilidade cultural dos comportamentos alimentares e abordam questões ligadas à distinção social e ao culto do corpo, entre outras.
O livro mostra como a alimentação oferece um campo de estudo privilegiado para a análise das relações entre natureza e cultura. Uma das principais formas de entender o funcionamento de uma sociedade é conhecer os modos de obtenção dos alimentos, quem os prepara e como, e onde, quando e com quem se come. Todos esses fatores dependem de onde se vive – condição que determina as opções dietéticas e, em consequência, as adaptações fisiológicas que reforçam essas escolhas.
A tolerância à lactose é um exemplo. Estudiosos defendem que, a partir da Revolução Neolítica (que marcou o fim do comportamento nômade), parte da população convertida em pastores e agricultores passou a consumir leite regularmente, e uma mutação que favorece a tolerância ao alimento foi passada para as gerações seguintes como vantagem adaptativa.
De modo semelhante, verifica-se uma intolerância ao trigo na Grã-Bretanha e na Índia, áreas mais distantes do cultivo desse cereal na Eurásia, o que sugere que a incapacidade de digestão esteja relacionada à seleção natural.
Cultura como fator determinante
Mais do que ser regulada por aspectos biológicos, a alimentação está estritamente relacionada à cultura, como apontam as preferências e aversões em relação ao consumo de proteínas, por exemplo. Para alguns, é inconcebível incluir na dieta insetos ou carne de cachorro, prática comum para muitos povos asiáticos. Para outros, pode ser difícil abdicar da carne de porco, como fazem os praticantes de determinadas religiões, ou de vaca, como ocorre na Índia.
A alimentação serve também como forma de classificar e hierarquizar pessoas e grupos. Para Contreras e Gracia, esse processo de diferenciação social ocorre pelo sentido dado aos produtos ou pela codificação sociocultural adotada nas diferentes classes sociais. Imigrantes de regiões distintas residentes na mesma área metropolitana, por exemplo, escolhem o cardápio para um encontro familiar de acordo com sua origem.
“É como certos pratos que se convertem em pratos totem, incorporando um valor simbólico muito peculiar que faz deles uma chave de identidade cultural, indicadores da especificidade e da diferença. Esses pratos recriam uma identidade, e as reuniões para degustá-los em grupo recriam uma comunidade de origem que existe, precisamente, como consequência da imigração”, observam os autores.
O simbólico aparece ainda nas categorizações criadas para os alimentos, que se dividem em saudáveis e não saudáveis, ordinários e festivos, femininos e masculinos, adultos e infantis, puros e impuros, sagrados e profanos etc. Por meio dessas classificações, apontam Contreras e Gracia, constroem-se “as normas que regem nossa relação com a comida e, inclusive, nossas relações com as pessoas”.
Essas complexas conexões sugerem a estreita vinculação, no ato de se alimentar, entre o ser biológico e o ser social. Daí vem, segundo os autores, a importância da antropologia da alimentação, campo de estudo que tende a se consolidar com o interesse e a preocupação, cada vez maiores, das sociedades contemporâneas por assuntos relacionados à nutrição e à dietética. O livro mostra que a contribuição da pesquisa nessa área pode ser fundamental para a melhoria da saúde e da qualidade de vida, a manutenção de identidades locais e a redução de preconceitos, de temores e até dos riscos ligados ao que comemos.
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
Brasil é quinto país que mais investe em energias limpas
O relatório Tecnologia e Inovação 2011 – Unindo Desenvolvimento e Tecnologias para Renováveis, divulgado nesta terça-feira, 29/11, pela Unctad – Conferência da Organização das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento apontou que o Brasil foi o quinto país que mais investiu em energias limpas no último ano, aplicando US$ 7 bilhões no setor. O primeiro lugar do ranking ficou com a China, que investiu US$ 49 bilhões em renováveis em 2010, seguida por Alemanha, Estados Unidos e Itália.
Apesar da boa notícia, o documento traz um alerta para os brasileiros: o país está fazendo avanços tecnológicos significativos no setor das novas renováveis – assim como os demais países do Bric –, mas ainda deixa de aproveitar grande parte do seu potencial em energia solar e eólica.
Isso porque, atualmente, o Brasil se concentra nos setores que o relatório denomina de “energéticos maduros” e englobam, por exemplo, os biocombustíveis e as hidrelétricas. Como consequência, as novas renováveis, como solar e eólica, ficam em segundo plano nos investimentos, apesar de todo o seu potencial.
AS RENOVÁVEIS NO MUNDO Ainda de acordo com o relatório da ONU, os investimentos globais em energias renováveis também cresceram, com um aumento de mais de 539% em seis anos. Isso porque, enquanto em 2004 foram aplicados US$ 33 bilhões no setor, no ano passado o montante para investimentos foi de US$ 211 bilhões.
Apesar do grande crescimento, o documento destaca que ainda precisam ser investidos centenas de bilhões de dólares em tecnologia para que o mundo consiga usufruir de toda a capacidade que possui no setor de geração de energia limpa, sobretudo nos países em desenvolvimento, onde as renováveis apresentam uma oportunidade real de reduzir a pobreza energética.
O principal motivo que leva a Alemanha e outros países europeus a investir em eficiência energéticapor meio das smart grids é o de "limpar" sua matriz de energia, baseada principalmente em termelétricas. Para o Brasil, que tem uma matriz considerada limpa, já que a maior parte de sua energia é produzida a partir da água, qual seria, então, o sentido de instalar redes inteligentes?
O principal é atender o crescimento da demanda por energia com eficiência e qualidade. De quebra, também resolveriam um grande problema: o desperdício de energia muito elevado em comparação a outros lugares do mundo. "As smart grids são inevitáveis nesse mundo globalizado. A América Latina e o Brasil não podem ficar de fora. Aqui elas precisam fazer sentido social e econômico a longo prazo", disse.
Para Guilherme Mendonça, diretor da Divisão de Negócios Smart Grid da Siemens, líder no Brasil na área de automação e proteção elétrica, como a oferta de energia não pode crescer infinitamente no modelo atual, a solução será a eficiência energética que as smart grids oferecem. "A tendência é que as mesmas pessoas consumam cada vez mais potência de energia. Por isso, é preciso aumentar a capacidade de disponibilizá-la", argumentou. Para ele, o maior desafio do país está na distribuição - que, até agora, foi a área que menos investiu na inteligência da rede - e na implementação da medição eletrônica.
Mendonça apontou vantagens que essas tecnologias podem trazer para o Brasil, como a melhora na qualidade do fornecimento de energia e a diminuição dos custos com a operação das redes. Também lembrou os diversos compromissos que cidades de todo o mundo assumiram para reduzir suas emissões de gases do efeito estufa. "Implementar smart grids pode ser uma medida de redução das emissões", apontou. E alertou: "Elas são uma tendência global. Sem inteligência nas redes não haverá condição de viver no ambiente urbano".
Apesar da boa notícia, o documento traz um alerta para os brasileiros: o país está fazendo avanços tecnológicos significativos no setor das novas renováveis – assim como os demais países do Bric –, mas ainda deixa de aproveitar grande parte do seu potencial em energia solar e eólica.
Isso porque, atualmente, o Brasil se concentra nos setores que o relatório denomina de “energéticos maduros” e englobam, por exemplo, os biocombustíveis e as hidrelétricas. Como consequência, as novas renováveis, como solar e eólica, ficam em segundo plano nos investimentos, apesar de todo o seu potencial.
AS RENOVÁVEIS NO MUNDO Ainda de acordo com o relatório da ONU, os investimentos globais em energias renováveis também cresceram, com um aumento de mais de 539% em seis anos. Isso porque, enquanto em 2004 foram aplicados US$ 33 bilhões no setor, no ano passado o montante para investimentos foi de US$ 211 bilhões.
Apesar do grande crescimento, o documento destaca que ainda precisam ser investidos centenas de bilhões de dólares em tecnologia para que o mundo consiga usufruir de toda a capacidade que possui no setor de geração de energia limpa, sobretudo nos países em desenvolvimento, onde as renováveis apresentam uma oportunidade real de reduzir a pobreza energética.
Por que o Brasil precisa de redes inteligentes de energia
A eletrificação permitiu uma série de transformações tecnológicas nas cidades e na sociedade, que é cada vez mais dependente de energia elétrica, de preferência fornecida sem interrupções. Os avanços tecnológicos continuam surgindo com o passar dos anos. No entanto, a própria cadeia de geração, transmissão e distribuição de energia não se beneficiou de todo esse progresso. "A sociedade digital ainda é baseada em tecnologias dos anos 1950. O sistema de energia precisa ser modernizado", afirmou Cyro Vicente Boccuzzi, vice-presidente da Enersul - Empresa Energética de Mato Grosso do Sul, em reunião do Comitê de Energia realizado pela Amcham - Câmara Americana de Comércio Brasil-Estados Unidos, em São Paulo, na semana passada.
Boccuzzi se refere às smart grids, redes elétricas inteligentes, compostas por uma série de tecnologias que permitirão à rede tomar decisões - como consumir o mínimo quando o preço do quilowatt-hora está alto - de forma autônoma. "Trata-se da maior transformação desde que a eletricidade foi criada e que mudará profundamente toda a lógica do setor e dos negócios", afirmou o executivo. Segundo ele, uma das condições fundamentais para que as redes inteligentes comecem a ser usadas é uma política energética que incentive a modernização do setor, com regras para que as novas tecnologias não produzam impactos indesejáveis no preço. As tarifas seriam dinâmicas, de acordo com o horário de uso e da dificuldade de geração de energia.
Além disso, Boccuzzi define uma rede inteligente como uma "cesta" de tecnologias. As principais delas são:
- sensores de transformadores;
- computadores e softwares avançados;
- sistema de telecomunicação de alto desempenho;
- medidores de energia;
- sistema de geração de energia em pequena escala, como placas solares;
- equipamentos eletrodomésticos com alto desempenho de comunicação e
- carros elétricos.
"A indústria automotiva é o grande vetor que está viabilizando armazenamento de energia em quantidade", afirmou. Para ele, a limitação para as smart grids ainda está na capacidade de armazenamento de energia para abastecer a rede. Mas o problema está sendo solucionado por pesquisas, principalmente, da indústria automotiva.
Na Europa, as redes inteligentes já são uma realidade. Um bom exemplo vem da Alemanha, onde o governo concede incentivos aos cidadãos que instalam placas solares em suas casas, compra a energia produzida nessas residências e vende para o abastecimento de carros elétricos. Desse modo, seria possível que cada cidade tivesse uma solar usina própria (leia mais em Usina dentro de casa). Lá também é possível que os clientes programem sua casa para que usem a energia de tarifas mais adequadas ao bolso. É possível definir quais equipamentos serão ligados em quais horários, de modo a evitar o sobrecarregamento da rede e os períodos de preço mais alto.
Boccuzzi se refere às smart grids, redes elétricas inteligentes, compostas por uma série de tecnologias que permitirão à rede tomar decisões - como consumir o mínimo quando o preço do quilowatt-hora está alto - de forma autônoma. "Trata-se da maior transformação desde que a eletricidade foi criada e que mudará profundamente toda a lógica do setor e dos negócios", afirmou o executivo. Segundo ele, uma das condições fundamentais para que as redes inteligentes comecem a ser usadas é uma política energética que incentive a modernização do setor, com regras para que as novas tecnologias não produzam impactos indesejáveis no preço. As tarifas seriam dinâmicas, de acordo com o horário de uso e da dificuldade de geração de energia.
Além disso, Boccuzzi define uma rede inteligente como uma "cesta" de tecnologias. As principais delas são:
- sensores de transformadores;
- computadores e softwares avançados;
- sistema de telecomunicação de alto desempenho;
- medidores de energia;
- sistema de geração de energia em pequena escala, como placas solares;
- equipamentos eletrodomésticos com alto desempenho de comunicação e
- carros elétricos.
"A indústria automotiva é o grande vetor que está viabilizando armazenamento de energia em quantidade", afirmou. Para ele, a limitação para as smart grids ainda está na capacidade de armazenamento de energia para abastecer a rede. Mas o problema está sendo solucionado por pesquisas, principalmente, da indústria automotiva.
Na Europa, as redes inteligentes já são uma realidade. Um bom exemplo vem da Alemanha, onde o governo concede incentivos aos cidadãos que instalam placas solares em suas casas, compra a energia produzida nessas residências e vende para o abastecimento de carros elétricos. Desse modo, seria possível que cada cidade tivesse uma solar usina própria (leia mais em Usina dentro de casa). Lá também é possível que os clientes programem sua casa para que usem a energia de tarifas mais adequadas ao bolso. É possível definir quais equipamentos serão ligados em quais horários, de modo a evitar o sobrecarregamento da rede e os períodos de preço mais alto.
O principal motivo que leva a Alemanha e outros países europeus a investir em eficiência energéticapor meio das smart grids é o de "limpar" sua matriz de energia, baseada principalmente em termelétricas. Para o Brasil, que tem uma matriz considerada limpa, já que a maior parte de sua energia é produzida a partir da água, qual seria, então, o sentido de instalar redes inteligentes?
O principal é atender o crescimento da demanda por energia com eficiência e qualidade. De quebra, também resolveriam um grande problema: o desperdício de energia muito elevado em comparação a outros lugares do mundo. "As smart grids são inevitáveis nesse mundo globalizado. A América Latina e o Brasil não podem ficar de fora. Aqui elas precisam fazer sentido social e econômico a longo prazo", disse.
Para Guilherme Mendonça, diretor da Divisão de Negócios Smart Grid da Siemens, líder no Brasil na área de automação e proteção elétrica, como a oferta de energia não pode crescer infinitamente no modelo atual, a solução será a eficiência energética que as smart grids oferecem. "A tendência é que as mesmas pessoas consumam cada vez mais potência de energia. Por isso, é preciso aumentar a capacidade de disponibilizá-la", argumentou. Para ele, o maior desafio do país está na distribuição - que, até agora, foi a área que menos investiu na inteligência da rede - e na implementação da medição eletrônica.
Mendonça apontou vantagens que essas tecnologias podem trazer para o Brasil, como a melhora na qualidade do fornecimento de energia e a diminuição dos custos com a operação das redes. Também lembrou os diversos compromissos que cidades de todo o mundo assumiram para reduzir suas emissões de gases do efeito estufa. "Implementar smart grids pode ser uma medida de redução das emissões", apontou. E alertou: "Elas são uma tendência global. Sem inteligência nas redes não haverá condição de viver no ambiente urbano".
FONTE: Planeta sustentável abril
Votação do Plano Nacional de Educação na Câmara fica para 2012
A votação do relatório do PNE (Plano Nacional de Educação) na Câmara dos Deputados vai ficar para o próximo ano. Em reunião na manhã desta quarta-feira, a comissão especial que analisa o assunto adiou para fevereiro a apresentação do texto final, que deve ser votado no mês seguinte.
Sob protestos, relatório do PNE é apresentado na Câmara
Relator define meta de investimento em 8% do PIB
Relator define meta de investimento em 8% do PIB
A reunião contou com a participação de apenas três dos 26 deputados que integram a comissão especial: Alex Canziani (PTB-PR), que presidiu a reunião, Angelo Vanhoni (PT-PR), que é o relator do projeto, e Izalci (PR-DF) .
Vanhoni argumentou que não conseguiu fechar o relatório final por conta da grande quantidade de emendas apresentadas --449 no total. O prazo regimental para a apresentação de emendas terminou no fim da tarde desta quarta-feira.
"Teremos tempo para analisar todas as emendas e oferecer o relatório final no mês de fevereiro", disse o relator. A primeira reunião da comissão em 2012 será no dia 8 de fevereiro.
Vanhoni afirma que não teve tempo para analisar a fundo as emendas ao seu texto, mas adianta que muitas delas são referentes à polêmica meta 20 --que estabelece o percentual do PIB (Produto Interno Bruto) que deve ser investido em educação.
O plano original do governo previa a elevação do investimento público de forma a atingir até 2020 o índice de 7% do PIB. Muitas das emendas solicitam 10%, que também é a bandeira de entidades ligadas ao setor de educação.
O relatório apresentado na semana passada por Vanhoni determinava 8% de investimento "total" --o acréscimo dessa palavra resulta na inclusão também a concessão de bolsas, por exemplo, e outros encargos. Por isso o relator foi acusado por alguns parlamentares de "maquiar" os números.
O próprio Vanhoni informou que vai modificar essa meta. Segundo o relator, o índice de 8% de investimento público total corresponde na prática a 7,5% de investimentos diretos.
"Vou mudar para deixar mais claro no relatório, mas estou convencido que 7,5% é suficiente para atender todas as metas que estão no meu relatório", afirmou o deputado.
A comissão ainda tenta para a próxima semana um encontro com o ministro Guido Mantega (Fazenda) para discutir a possibilidade de aumentar os investimentos em educação. Um convite havia sido aprovado pela comissão especial na semana passada.
Em sessões anteriores, diversos parlamentares reclamaram que o adiamento da votação para o próximo ano poderia fazer com que a discussão fosse contaminada por se tratar de um ano eleitoral. Após a aprovação na Câmara, o projeto será discutido no Senado. Ontem a análise era de que seria pior votar apressadamente.
"Para votar o relatório neste ano, ele precisaria ser apresentado até setembro. Mas houve uma grande intervenção do governo por conta da questão do investimento em educação", disse o coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara. "Mas votar a toque de caixa seria pior", completa.
"O plano ainda tem algumas distorções que precisam ser corrigidas, como não deixar claro quem paga a conta pelos investimentos", disse o deputado Izalci. "Por isso vamos melhorar esse plano no ano que vem".
Ciências da Natureza deve ser a prova com maior cobrança de conteúdo no Enem
Metade das perguntas que os alunos irão responder no Enem será sobre “Ciências da Natureza”. O nome é novidade, mas o assunto é um velho conhecido dos estudantes e irá tratar de biologia, física e química. Para especialistas entrevistados pelo GUIA DO ESTUDANTE, esta deve ser a prova com maior cobrança de conteúdo do Ensino Médio em relação ao antigo exame.
“Os temas propostos são absolutamente os mesmos de uma Fuvest, e a quantidade é muito grande", afirma o professor de química Bruno Xavier do Valle, do Curso Objetivo e da Fundação Bradesco, ambos de São Paulo. Se antes química e física tinham uma cobrança pequena no Enem, agora o aluno deve estar preparado para se aprofundar nas disciplinas. Nas palavras da professora de física Andréia Guerra, do colégio carioca São Bento, primeiro lugar geral no Enem 2008, será uma prova “mais específica” em relação aos outros anos.
QUESTÕES INTERDISCIPLINARES
Uma das promessas do novo Enem é buscar temas capazes de unir diferentes disciplinas em uma mesma pergunta. Assim, o aluno deverá ter domínio de conceitos das três matérias para responder um único enunciado.
Por isso, atenção redobrada nos temas globais, capazes de mesclar biologia, química e física. “A energia, por toda a questão ecológica, está presente nas três áreas. Com certeza será abordada”, afirma Andréia Guerra.
Nessa hora, vale aliar os livros didáticos às atualidades do jornal. “As questões devem aparecer em cima de notícias para o aluno analisar, interpretar e relacionar”, afirma Xavier do Valle. “A gripe A [H1N1], por exemplo. Pode haver uma contextualização e o exame perguntar sobre estrutura molecular do vírus ou sobre química orgânica em relação à estrutura do DNA, à cápsula proteica do vírus.”
Mas nem só de gripe suína vive o Enem. Aqui estão outros temas atuais que podem cair na prova de acordo com os entrevistados: biocombustíveis, energia nuclear (devido ao vazamento na usina Angra II e aos testes na Coreia do Norte), lei seca e bafômetro, petróleo (camada do pré-sal), biotecnologia, planetas e gravitação (estamos no Ano Internacional da Astronomia).
BIOLOGIA
Segundo o professor de biologia e diretor do colégio Vértice Adilson Garcia, as questões de biologia serão variadas. Elas podem ser desde estrutura e fisiologia celular até aspectos biológicos da pobreza, com indicadores sociais e doenças que afetam a população brasileira.
A teoria da evolução também é um candidato forte este ano. “É de extrema importância lembrar que em 2009 estamos completando 200 anos do nascimento de Darwin. A forma de pensar a natureza nunca foi a mesma depois dele”, afirma Garcia.
Vale dar atenção especial a temas com correlação nas outras disciplinas, como química e física. Questões sobre ecologia, biologia molecular, origem da vida e energia oferecem essa interdisciplinaridade. Também podem cair perguntas sobre o corpo humano em relação à ótica ou à acústica dos sons.
FÍSICA
A professora de física Andréia Guerra aposta que a prova cobrará conceitos em termodinâmica, leis de Newton, eletricidade e interpretação de gráficos. Para ela, apesar de o Enem não pedir fórmulas, o aluno deve ter noção de como usar as mais comuns. “Não vai vir nada complexo, nenhuma nota de rodapé, formulas derivadas de fórmulas. Mas o aluno deve saber as básicas, como leis de Newton, gravitação, potência”, afirma.
Por outro lado, baseado na necessidade de contextualização da prova, a professora acredita ser muito difícil haver perguntas sobre dilatação dos corpos em fenômenos, fluxo de calor, cinemática, eletrostática e força magnética, principalmente se essas questões envolverem fórmulas.
QUÍMICA
Para o professor de química Bruno Xavier do Valle, enunciados sobre meio ambiente serão comuns na prova. “Processos verdes e sustentáveis são assuntos recorrentes. O entendimento de projeto sustentável de verdade, quando você consegue fechar um ciclo de uma cadeia de transformações”, afirma o professor. Outros temas capazes de fazer parte do exame: termoquímica, mistura de substâncias, forças intermoleculares.
MATEMÁTICA?
Mesmo que o Enem já tenha 45 questões específicas sobre matemática, o aluno pode esperar também por enunciados com números na prova de Ciências da Natureza. É o que afirma Xavier do Valle. “A química e a física utilizam a ferramenta matemática para diversas situações. Eu acredito que vão aparecer sim conteúdos da matemática implícitos nas questões. Não de maneira aprofundada, mas o aluno terá que utilizar conceitos matemáticos, sem dúvida alguma”, diz o professor. Por isso, fique atento à matemática logo no primeiro dia de prova.
Biotecnologia
Entende-se por biotecnologia o conjunto de técnicas que envolvem a manipulação de organismos vivos para a obtenção de produtos específicos ou modificação de produtos. A biotecnologia também utiliza o DNA em técnicas de DNA recombinante.
A origem desta palavra é grega: bio = vida; logos = conhecimento e tecnos = práticas em ciência.
Histórico
A biotecnologia é utilizada desde a antiguidade, na produção de pães e bebidas fermentadas, porém este era um processo muito artesanal. Hoje a biotecnologia utiliza técnicas e materiais de ultima geração. Com o aparecimento de estudos em microbiologia (fermentação de bebidas) e biologia molecular (cultura de tecidos), o conhecimento em manipulação de microorganismos e genes tornou possível a produção de diversos medicamentos e alimentos industrializados. Insulina produzida por bactérias geneticamente modificadas e produção de medicamentos a partir de anticorpos monoclonais são exemplos de avanços biotecnológicos.
Área de conhecimento
A biotecnologia engloba conhecimento das áreas de microbiologia, genética, bioquímica, biologia molecular, química e informática. A introdução da informática ajudou na evolução das técnicas permitindo a automação, demonstrando que a ciência e a tecnologia , quando trabalham juntas, trazem muitos benefícios á todos.
Benefícios
Muito do que comemos e utilizamos como medicamentos são obras da biotecnologia. Segundo a Convenção sobre Diversidade Biológica da ONU, biotecnologia significa “qualquer aplicação tecnológica que use sistemas biológicos, organismos vivos ou derivados destes, para fazer ou modificar produtos ou processos para usos específicos.”
Na agricultura, é utilizada em grande escala a produção de organismo transgênicos: adição de um gene que codifica uma característica de interesse no genoma de outra planta. Este gene pode ser de um fungo, uma bactéria e ate de outra planta).
Podemos citar como produtos obtidos através da biotecnologia:
Agricultura
- Mudas de plantas, plantas transgênicas, adubos e pesticidas;
- Mudas de plantas, plantas transgênicas, adubos e pesticidas;
Alimentação
- Cerveja, vinho, pães e queijos
- Cerveja, vinho, pães e queijos
Indústria
- Metais, enzimas, biosensores, biogás, ácidos, etc.
- Metais, enzimas, biosensores, biogás, ácidos, etc.
Medicamentos
- Insulina, hormônio de crescimento e outros hormônios, antibióticos e vacinas.
- Insulina, hormônio de crescimento e outros hormônios, antibióticos e vacinas.
Meio ambiente
- Puruficação da água, tratamento do esgoto e do lixo.
- Puruficação da água, tratamento do esgoto e do lixo.
Na biotecnologia, ou biologia tecnológica, o genoma resume todos os dados transmitidos de uma geração de seres vivos para outra, armazenados em um organismo através de uma linguagem de códigos, mais precisamente no seuDNA, uma espécie de roteiro orgânico molecular que traz em si todas as orientações genéticas que supervisionam a evolução e a atuação de todas as entidades vivas e de determinados vírus – nestes o RNA assume este papel.
O genoma engloba tanto os genes, unidades essenciais no mecanismo da hereditariedade -, quanto as sequências não-codificadas, anteriormente consideradas como o monturo da estrutura genética, mas agora resgatadas por novas descobertas científicas, que revelaram sua atuação significante na regulamentação dos genes, entre outras tarefas por elas cumpridas.
Enfim, todo o DNA contido nas estruturas celulares de um corpo organizado compõe o genoma, ou seja, ele é a totalidade dos genes presentes em um ser vivo; se comparado a um longo roteiro, entretecido por informações detalhadas que orientam o desenvolvimento do organismo que o contém e são legadas aos seus herdeiros, pode-se imaginar uma vasta obra, com incalculáveis páginas e palavras.
O genoma do homem apresenta 46 cromossomos, dispostos em duplas, compondo na composição final 23 pares, dos quais metade é transmitida pela linhagem paterna, através do espermatozóide, e a outra metade é legada pela esfera materna, por meio de seus óvulos. No interior dos cromossomos estão abrigados os genes – calcula-se a existência de aproximadamente 130 mil genes. Neles é elaborado o reservatório de proteínas, essenciais para a estruturação dos organismos vivos.
Sempre que os cientistas mencionam que foi realizada a ‘sequência’ de uma espécie que tem o dom de se multiplicar sexualmente, geralmente eles se referem à definição sequencial de um grupo de autossomos – cromossomos desvinculados da operação sexual e, portanto, integrantes dos bens genéticos da espécie – e de um representante de cada modalidade de cromossomo ligado à prática sexual, que irão indicar o sexo.
A disciplina denominada genômica é responsável pela pesquisa das virtudes completas dos genomas de organismos analógicos entre si. Esta expressão diferencia este campo de estudo do relacionado à anatomia, que vai se concentrar na compreensão de um gene ou de um conjunto deles.
A expressão ‘genoma’ é utilizada igualmente para definir um grupo simples de cromossomos pertencentes a uma célula, denominado cariótipo. Ele é constituído por um cromossomo de cada variedade, em cada espécie pesquisada. Há também um plano científico intitulado Projeto Genoma Humano, no qual cada país conveniado a ele tem a incumbência de decodificar o DNA da Humanidade.
O hormônio do crescimento (GH), também conhecido como somatotrofina (ST), é um hormônio protéico produzido e secretado pela glândula hipófise anterior. Este hormônio é responsável por estimular o crescimento e a multiplicação celular em humanos e outros animais vertebrados.
Entre as décadas de 1960 a 1980, a obtenção do GH ocorria por meio de hipófises de cadáveres, fato que limitava muito o seu uso. Todavia, o desenvolvimento da tecnologia do DNA recombinante permitiu a introdução do gene do hormônio do crescimento humano em bactérias com objetivo de que elas produzissem esse hormônio, o que possibilitou a utilização do GH em uma série de situações clínicas.
Este hormônio apresenta diversas funções, sendo fundamental para o crescimento de uma pessoa, desde os primeiros anos de vida até que ocorra o fechamento das cartilagens de crescimento dos ossos (epífise), processo que ocorre entre os 15 aos 20 anos de idade. Além disso, apresenta as seguintes funções:
- Aumento da síntese protéica (especialmente nos músculos e ossos): ocorre porque o GH aumenta o transporte de aminoácidos através da membrana celular, aumenta a produção de RNA e aumenta os ribossomos intracelulares. Conseqüentemente, haverá melhores condições para que as células sintetizem mais proteínas.
- Aumento da utilização de gordura por parte das células para gerarem energia, além de uma maior demanda de ácidos graxos dos tecidos adiposos para que estes sejam utilizados pelas células;
- Reduz o consumo de glicose hepática (efeito oposto da insulina);
- Retenção de sódio e eletrólitos;
- Aumento da absorção intestinal e eliminação renal de cálcio.
Os genes responsáveis pelo código do GH humano localizam-se na região q22-24 do cromossomo 17 e encontram-se profundamente relacionados com os genes da somatomamotropina coriônica humana (hCG). Os hormônios GH, hCG e prolactina participam do mesmo grupo de hormônios homólogos, participando do crescimento e da lactogênese.
O GH é liberado na corrente sanguínea pelas células somatotrópicas encontradas na hipófise anterior. Esta glândula produz diferentes hormônios, mas o GH é sintetizado em maior quantidade em relação aos outros. O fator de transcrição PIT-1 leva ao desenvolvimento dessas células, e também, a sua produção do GH. Caso ocorra algum problema no desenvolvimento dessas células, assim como a destruição da hipófise anterior, resultará na deficiência de GH.
Os principais controladores da secreção de GH por parte dos somatótropos são os peptídeos liberados pelos núcleos neurossecretores do hipotálamo à veia porta hipotalâmica. A grelina juntamente com o hormônio da liberação do hormônio do crescimento (GHRH) é responsável pela promoção da secreção do GH, já a somatostatinaé responsável por inibi-la.
Esse equilíbrio entre os peptídeos estimuladores e inibidores pode ser afetado por diversos fatores. Dentre os fatores estimulantes encontram-se o sono, o exercício físico, a hipoglicemia, as proteínas ingeridas na dieta e o estradiol. Já dentre os fatores inibidores da liberação do GH encontram-se os carboidratos provenientes da dieta e os glicocorticóides.
A quantidade e o padrão de liberação do GH variam ao longo da vida de um indivíduo. O pico dos níveis basais encontra-se durante a infância. A amplitude e a freqüência de picos são máximos durante o estirão pubertário.
O tratamento de reposição hormonal com GH é feito apenas com hormônio sintético. É indicado nos casos de:
- Hipopituitarismo;
- Síndrome de Turner;
- Insuficiência renal crônica;
- Doenças genéticas onde ocorrem defeitos de formação óssea.
FONTE: Infor Escola
Assinar:
Postagens (Atom)